Todos sabemos que, quando a nossa mãe diz “isso comigo funciona”, o debate termina ali. Nem precisa de revisão sistemática, nem de meta-análise, porque já está decidido: com a mãe resulta, ponto final.
Mas e se aproveitássemos esse espírito inabalável para falar de algo mais sério? Bora entender como funciona a hierarquia da evidência científica – ou seja, quão forte é a base de conhecimento por trás de uma afirmação na área da saúde e do fitness.
A pirâmide da evidência (ou como vencer discussões sem ser a tua mãe)
A imagem deste artigo é uma brincadeira com um fundo bem real: nem todas as evidências são criadas de igual forma. E na ciência, há um ranking – uma espécie de “liga dos campeões” da validade científica. Vamos de baixo para cima:
Relatos de caso e opinião de especialista
É o famoso “eu acho que…”. Pode vir de alguém muito experiente, mas ainda assim, é a opinião de uma pessoa. Ajuda a gerar hipóteses, mas não prova nada.
Estudos in vitro e em animais
Importantes para testar novas ideias, medicamentos ou tratamentos, mas... não somos ratinhos de laboratório.
Estudos observacionais
Aqui começamos a olhar para o que acontece no mundo real, mas sem controlar variáveis. Por exemplo: pessoas que comem mais fruta vivem mais – mas será por causa da fruta ou porque essas pessoas também dormem bem, fazem exercício e não fumam?
Ensaios clínicos
O ouro da ciência! Aqui controla-se tudo ao detalhe, e os participantes são divididos aleatoriamente para testar o verdadeiro impacto de uma intervenção. Menos opinião, mais rigor.
Revisões sistemáticas e meta-análises
Quando queremos mesmo ter a certeza, juntamos vários estudos bons, analisamos todos juntos, e tiramos conclusões mais sólidas. Isto é o equivalente científico a dizer: “Fui perguntar a todos os cientistas do planeta e eles concordam.”
Então… onde entra a tua mãe?
Bom, se formos pela pirâmide da evidência, a “opinião de mãe” estaria lá em baixo... mas na vida real, está lá em cima. Porque quando a mãe diz que o chá de limão com gengibre cura tudo, ninguém tem coragem de discordar. E nem precisa de placebo controlado!
Moral da história:
A ciência é essencial, principalmente quando falamos de saúde, treino, nutrição ou qualquer coisa que envolva o nosso corpo. Mas também é importante lembrar que nem tudo que funciona para um, funciona para todos. A experiência pessoal (ou materna) pode até não ser evidência científica... mas pode ser um ótimo ponto de partida para curiosidade, estudo e, claro, conversa.
Todos concordamos que as mães merecem estar no topo da nossa pirâmide, ou não?