O Medo Paga o Medicamento

O Medo Paga o Medicamento

Body Mind Soul |

Vivemos num mundo onde o medo é um excelente negócio.
Principalmente quando se trata do corpo.

O medo vende cremes, suplementos, alongamentos milagrosos e até consultas.
Vende também uma ideia perigosa: a de que somos frágeis.
E quando acreditas nisso, deixas de te mexer.
E quando deixas de te mexer, ficas doente.
E quando ficas doente… o medo paga o medicamento.


O corpo não é frágil. É só mal educado.

Passaram anos a dizer-te que “curvar as costas faz mal”, que “não deixes o joelho passar da ponta dos pés” e que “a carga axial destrói a coluna”.
Mas o corpo não parte assim tão facilmente.
O que o destrói é a falta de exposição progressiva, o sedentarismo e o medo constante de o usar.

Quando alguém evita o movimento por medo, perde a oportunidade de ensinar ao corpo o que ele é capaz de fazer.
E quanto menos ele faz, menos ele aguenta.
Um ciclo perfeito — para quem lucra com a tua dor.


O medo cria pacientes. O treino cria autonomia.

A cultura do medo no fitness e na saúde está a transformar pessoas em dependentes.
Dependentes de gadgets, de diagnósticos vagos e de profissionais que dizem “não faças isso, é perigoso”.

O problema é que quanto mais evitas o movimento, menos tolerância tens ao esforço.
E é aí que aparecem as dores, não porque o corpo é fraco, mas porque foi ensinado a ser.

Treinar com progressão não destrói o corpo.
Destrói a ideia de que ele precisa ser protegido de tudo.


O que o corpo precisa não é medo. É exposição.

Os tecidos adaptam-se.
Os músculos reforçam-se.
A dor melhora com movimento, não com imobilidade.

Mas para isso é preciso contrariar a narrativa do medo:
Deixar o joelho avançar.
Curvar as costas.
Levantar carga.
E perceber que o corpo é um sistema que aprende com o que vive — não com o que evita.


O medo vende. Mas o corpo paga.

Há quem faça dinheiro a vender medo, e há quem lute para vender autonomia.
No fim, a diferença está em quem paga a conta.

Um corpo forte paga com confiança.
Um corpo assustado paga com dor, consultas e remédios.

O medo paga o medicamento.
Mas a força paga liberdade.