Em julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos anunciou o regresso de algo que muitos americanos lembram com um misto de nostalgia e trauma: o famoso “Teste Físico” nas escolas públicas. Criado em 1966, este programa premiava os 15% melhores alunos em provas como corrida, abdominais, flexões e testes de flexibilidade. Os vencedores recebiam certificados com o selo presidencial e até emblemas especiais.
À primeira vista, pode parecer uma boa ideia. Afinal, quem não gostaria de ver jovens mais ativos, menos sedentários e com incentivos para praticar exercício físico? Num país com graves problemas de obesidade e sedentarismo, esta medida poderia soar como uma tentativa de virar o jogo.
Os argumentos a favor
O novo plano inclui voltar a aplicar os testes durante as aulas de Educação Física, oferecer prémios nacionais de desempenho e até criar parcerias com atletas e programas de incentivo à cultura desportiva. O objetivo declarado é simples: motivar os jovens a mexerem-se, aumentar a consciência sobre a importância da atividade física e, de certa forma, criar uma ligação entre desporto e identidade nacional.
As críticas (e não são poucas)
Por outro lado, os críticos apontam riscos óbvios:
- Exposição e humilhação de alunos com baixo desempenho.
- Aumento da pressão desnecessária e da ansiedade corporal.
- Foco excessivo na competição e não na saúde.
- Ignorar desigualdades sociais e físicas, deixando de fora a inclusão.
Vale lembrar que este modelo já tinha sido suspenso em 2012 por Barack Obama, precisamente devido a estas falhas.
Reflexão
O regresso do “Teste Físico” levanta diferentes perspetivas sobre o papel da Educação Física nas escolas.
De um lado, há quem defenda que o programa pode ajudar a combater o sedentarismo, incentivar os jovens a mexerem-se mais e criar um espírito de disciplina e superação. Além disso, os prémios e reconhecimentos podem funcionar como um estímulo extra para que os alunos se empenhem nas atividades.
Por outro lado, críticos apontam que o foco na competição pode gerar pressão desnecessária, ansiedade corporal e até humilhação para alunos com baixo desempenho. Também se levanta a questão da inclusão, já que este tipo de avaliação pode não considerar as diferentes condições físicas e contextos sociais dos estudantes.
Entre a valorização da performance e a promoção da saúde para todos, a discussão continua em aberto.