Embora muitas pessoas utilizem suplementos vitamínicos e minerais para melhorar a saúde e o desempenho físico, o consumo excessivo pode trazer riscos significativos.
Entre as vitaminas hidrossolúveis, como tiamina B1, riboflavina B2 e vitamina B6, os efeitos adversos são geralmente raros. A tiamina apresenta pouca toxicidade, enquanto doses elevadas de riboflavina causam apenas alterações na coloração da urina. No entanto, megadoses de vitamina B6 podem levar a neuropatia sensorial irreversível, especialmente em suplementações prolongadas acima de 200 mg/dia (100x acima das recomendações). O ácido fólico, em doses elevadas, pode interferir no metabolismo do zinco, e a niacina B3 pode causar vasodilatação e rubor facial, embora sejam geralmente efeitos inofensivos. Já a vitamina C, em doses superiores a 1 g/dia, pode aumentar o risco de cálculos renais, diarreia e reduzir os benefícios do exercício.
Nas vitaminas lipossolúveis, como a vitamina A, doses crónicas elevadas podem provocar danos ósseos, hepáticos e neurológicos. A dose segura é até 10 vezes a recomendação diária. A vitamina D, em megadoses, pode causar hipercalcemia e calcificação de tecidos moles, enquanto a vitamina E, embora menos tóxica, pode interferir no sistema antioxidante endógeno em doses muito altas.
Os minerais, essenciais para o equilíbrio do organismo, também podem ser prejudiciais em excesso. Altas doses de zinco interferem na absorção de outros minerais, como o selénio, enquanto níveis elevados de cobre e ferro podem provocar danos hepáticos e renais. Além disso, a ingestão excessiva de minerais em simultâneo pode gerar interações prejudiciais.
Portanto, o uso de suplementos deve respeitar as doses diárias recomendadas (RDAs). O consumo excessivo, sobretudo de forma prolongada, pode ter efeitos negativos graves, destacando a importância de orientação profissional antes da suplementação.
Marinho Ribeiro & Rui Lopes
Nutricionistas BMS
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